Reading platform


Welcome to our publication platform! You can browse and search for stories and samples from all our writers. Thanks to our translators, each story is available in Czech, Dutch, Italian, Polish, Portuguese, Romanian, Serbian, Slovene and Spanish. Throughout the years, this platform is becoming a growing archive of European literature by the future generation of literary artists. We're sharing stories beyond barriers.

Een paar verdwaalde minuten

De dag begint eerder dan ik had gedacht. Ik had de wekker gezet om vier voor zes. Daar had ik verschillende redenen voor. Ik wilde tijd hebben voor mijn vroegeochtendmeditatie en ook om dertig minuten te kunnen wachten zodat de pil die mijn schildklierfunctie verbetert al begint te werken voor mijn kopje koffie en ik daarna kan beginnen aan een reeks oefeningen die de vetverbranding aanzwengelen doordat ik mijn spieren aanspan met behulp van niets meer dan mijn eigen gewicht, zonder dat ik in de tussentijd vergeet de boiler aan te zetten aangezien het zo’n vier uur duurt om het water op te w...
Translated from RO to NL by Charlotte van Rooden
Written in RO by Cristina Vremes

Estação de tratamento

Vagueava defronte de um aglomerado de dormitórios do estaleiro, esfregando as suas mãos frias. Ao longe, dois corvos-marinhos cintilavam por cima do rio. Pouco depois, ela começou a olhar em todas as direções e a verificar a mensagem de texto que chegara ontem. “Olá Petra, ação ETAR amanhã às oito. Encontro frente à ponte junto do aglomerado. A.” Ela leu-o mais três vezes antes de a luz do visor se apagar. A antiga e a nova estação de tratamento que partilhavam os resíduos vindos de toda a cidade ficavam uma atrás da outra na ilha, tal como governadores do rio. Enquanto a mais antiga se ergui...
Translated from CZ to PT by Stepanka Lichtblau
Written in CZ by Anna Háblová

Zapiski za življenjepis Frances Donnell

Predgovor       Leta 1945 se je v Združenih državah rodila Frances Donnell, pisateljica in znana rejka ptic. Leta 1983 je hlinila smrt zaradi lupusa, bolezni, ki jo je razjedala že od mladih dni. Nekaj mesecev po njenem prenarejanju so odkrili, da je šlo le za govorice. Po kratki polemiki, do katere bomo prišli, ko bo čas za to, je Frances več desetletij živela v anonimnosti. Šele v 21. stoletju je prišla v Španijo, s trdovratno boleznijo na hrbtu, ki se je v njej le razraščala. Rada je povedala, da je zapustila svojo državo v trenutku, ko se je preveč postarala, da bi sedla k pisanju. Pa čep...
Translated from ES to SL by Katja Petrovec
Written in ES by Adriana Murad Konings

Very Important Person

Ponovo sam po ceo dan buljio u svetleće brojeve iznad lifta. 8 … 7 … 6 … 5 … 4 … 3 … 2 … 1 … „Dobar dan, gospodine Seljak.” Svaki put ga pozdravim, jer svoj posao obavljam profesionalno. Odgovori mi ćutanjem, i on je profesionalac. Kad imam sreće, na njegovom kamenom licu zasija brazda. Ako je dobro raspoložen, podigne desnu obrvu kao da želi da kaže: „Znam da si tu, ali moje misli su direktorske.” Koliko puta sam rekao sam sebi da ću ga ostaviti na miru. Da ću na ignorisanje odgovoriti ignorisanjem. Ali, mama me je učila da prema ljudima u odelima i kravatama moram da se ponašam lepo. Kada je...
Translated from SL to SR by Jelena Dedeić
Written in SL by Andraž Rožman

Torcidos

Naquela noite chamava-me, e não parecia que fosse parar. — Mamã. Mamã!  Dizia-o assim, oferecendo-o a mim e ao quarto enquanto se encolhia  numa escuridão de cera, cheia de brinquedos (a sua única propriedade).  Voltou a gritar-mo, com muito mais força, e então afastei o olhar e acariciei  o copo de uísque, mesmo debaixo da base, até que a humidade passou para  a ponta do dedo.  A palavra estava bem cosida ao seu cérebro desde bebé.  Fiquei muito quieta enquanto observava a forma brilhante e obsti nada da gota. Não era um crime deixar que aprendesse a sentir frio, ou  como tragá-lo. Imaginava ...
Translated from ES to PT by Matias Gomes
Written in ES by Matías Candeira

Sonja podiže ruku

U ovim krajevima ljudi su vrlo sumnjičavi. Ne zna da li bi je u drugim mestima primili raširenih ruku. Njegovi ljudi. Oni iz druge ekipe. U svom okruženju nije poznavala parove iz starijih generacija koji bi bili prijatelji, a ne neprijatelji, iako zauvek ostanu zajedno. Možda negde ima i takvih koji su prijatelji čitavog života, ako ne i više od toga, ali ima ih malo, vrlo su srećni i dobro skriveni od očiju drugih, tako da, gledajući oko sebe, ti, mlad čovek, možeš biti skoro ubeđen da će ti onaj pored tebe na kraju izjesti dušu. A ako se to dvoje raziđu, a za njima ostanu deca, oni će obnov...
Translated from RO to SR by Simona Popov
Written in RO by Lavinia Braniște

Hvalnica orkanu

      Vedno sem užival ob nasilju vsakdana – ko se, na primer, v temi razbije kozarec. Včasih se vprašam, ali je ta spomin res moj. Prizor podoživljam z veseljem, ki ga težko brzdam: predmet, ki pade in se razleti, oglušujoč ropot, potem pa vznemirjeni glasovi sredi noči. Mama prižge luč in razsvetlijo se raztreščeni drobci stekla. Njena razprta dlan v zraku, nad mano. Zvok klofute, ki v ničemer ni podoben tresku stekla ob tla in občutek, ko spoznaš, da je vse del običaja. Nasilje, ki se začne v kozarcu in konča z bolečino, ki jo mati zada svojemu otroku.     Od takrat je minilo že veliko let ...
Translated from ES to SL by Katja Petrovec
Written in ES by Alejandro Morellón Mariano

Nebyla jsem, ale už jsem. Citlivá na každou změnu počasí.

Vítr vál sníh z jedné strany kanálu nejprve do obličeje, a potom, po přechodu na druhou stranu mostu, do zad, což celý proces do určité míry zpříjemňovalo. V tomto směru se krajina vnímala snáz, bez mžourání. Kanál ještě nezamrzl úplně, ale to přijde během pár dní. To je skoro jisté. Nejdřív to vypadalo, že se jedná o optický klam, ale za chvilku se ukázalo, že se jedna labuť snaží probít skrz polozamrzlou plochu, přímo uprostřed kanálu. Napíná se a vytváří si trasu, jeden krok za druhým, pomalu, ale důsledně. Všichni se zastavují, aby scénu pozorovali. Je bolestivé, ale nutné sledovat, jak si...
Translated from SR to CZ by Markéta Chlebovská
Written in SR by Marija Pavlović

Fios

A procura não começa de forma consciente. Sinto-me ligada a ela de uma forma perturbadora, inexplicável, e o seu desaparecimento deixa-me sozinha frente às minhas interrogações. Ao acordar pergunto-me onde dormirá e como vive e continuo a pensar nela, masturbando-me doce e suavemente entre os lençóis enquanto olho para as nuvens pela janela basculante. Quando passo pelas barracas de fruta no nosso bairro, vou tocando nas laranjas com as pontas dos dedos, até que encontro uma que me lembra a sua pele, uma com os poros perfeitos. Aterrei nas suas aulas de yoga devido às minhas constantes dores ...
Translated from NL to PT by Lut Caenen
Written in NL by Hannah Roels

Elogio do Furacão

Apreciei sempre a violência do quotidiano: por exemplo, a de um copo que se parte na escuridão. Às vezes, pergunto-me se essa memória é realmente minha. Revivo a cena com uma alegria difícil de conter: o objeto que cai e se desintegra e se torna estrépito surdo e logo tumulto de vozes a meio da noite. A minha mãe carrega no interruptor para iluminar os vidros espalhados. A sua mão aberta no ar, por cima de mim. O som da bofetada que não se parece, de modo algum, com o som do vidro contra o chão e a sensação de compreender que tudo faz parte da cerimónia. A violência que principia com um copo e...
Translated from ES to PT by Miguel Martins
Written in ES by Alejandro Morellón Mariano

O arrendamento

Os meus dedos grossos de trabalho e velhice arranham-me as maçãs do rosto de cada vez que enxugo estas lágrimas que não me deixam. Estou convencida que o mar não tem fim e não sei de onde me nasce sempre mais uma aflição se já estou morta dentro de mim. Não haverá paz depois do fim de tudo? Nunca vi o mar, mas sei como se fazem os caminhos. À água ninguém lhe põe a mão, que ela vai sempre onde quer ir, mas eu sei arregueirá-la e tirar partido da sua teimosia, antes que me volte a fugir e vá lá para os confins encher os espaços do meu desconhecimento. Não medi ainda o tamanho do espanto de con...
Written in PT by Daniela Costa

La tapioca

Fu il rombo del motore del furgoncino dell’associazione ad annunciare che era ora di pranzo, in quel giorno in cui il sole, dal tanto ardere, non si vedeva. Il vecchio era sotto l’albero di fico, con addosso una camicia molto sporca tutta sbottonata e con un ghigno ironico sulla bocca chiusa per reggere la sigaretta. Restò fermo a guardare la brasiliana – due grandi aloni d’acqua sotto le ascelle e il retro della divisa anch’esso inzuppato – uscire dal veicolo, andare a prendere i contenitori del cibo e dirigersi verso il capannone che fungeva da cucina, dove era solito stare. «Zio João! Zio ...
Translated from PT to IT by Elisa Rossi
Written in PT by Daniela Costa

Maar het huis woont nog in mij

Een doop. Een nieuw begin. Over mijn schouders een zwarte cape, als een  ceremonieel gewaad. Ze neemt mijn hoofd vast en kantelt het voorzichtig  naar achteren. Het water voelt veel zachter dan het water in mijn douche thuis. Haar vingertoppen masseren mijn hoofdhuid. Mijn hoofd. Dit  hoofd van mij. Dit hoofd waar ik maar niet buiten kan. Dit zware hoofd.  Dit hoofd dat zich aandient. Dit hoofd waarin gedachtes. Altijd onaange kondigde gedachtes. Nooit afwikkelende gedachtes. Ik sluit mijn ogen en  probeer me in te beelden dat ze met mijn hoofd ook mijn gedachtes mas seert, alsof ze met de dru...
Written in NL by Maud Vanhauwaert

Está tudo bem

Ela leva a sua máquina de café consigo. Ela não sabe quem é. No entanto, sabe, sim, que é uma mulher com uma máquina de café expresso da marca De’Longhi Magnifica S ECAM20.110.B totalmente automática. Preta e cinzenta. Porque já não sabe mais nada, todos os pormenores são importantes. De manhã, assim que a máquina começa a moer os grãos de café com o seu ruído infernal, ela fica logo acordada – e os vizinhos também. Comprou a máquina em segunda mão no Coolblue e, durante quatro dias, passou as manhãs à espera dela, junto à janela. Ao mesmo tempo que fazia no site, de cinco em cinco minutos,...
Translated from NL to PT by Lut Caenen
Written in NL by Aya Sabi

La mortífera

(Disclaimer: La mortífera es una antología de cuentos cortos compuesta de seis ciclos (Una noticia peculiar, Los pájaros no sobrevuelan los suburbios, Esbozos del minibús, La mortífera, Por la boca, Qué bien que nos bombardearais). Cada uno de estos ciclos está compuesto por cinco cuentos cortos. Los cuentos ofrecen un resumen en cuanto a los protagonistas y los acontecimientos con un final abierto, a menudo sin introducción y conectados a través del espacio. En su totalidad, la antología de cuentos La mortífera pretende mostrar una relación humorística e irónica de temas serios de la vida cot...
Translated from SR to ES by Ivana Palibrk
Written in SR by Ana Marija Grbic

PISK

28 noiembrie 2020, la o lună după ce politizata Curte Constituțională a scos în afara legii avortul în Polonia. Magda Dropek, una dintre organizatoarele protestelor femeilor din Cracovia, a scris pe Facebook: „Timp de câțiva ani în care am susținut acțiunile de stradă am fost convinsă de un singur lucru: nu sunt capabilă să strig, să scandez, sunt prea haotică pentru a vorbi cursiv și logic. E și motivul pentru care întotdeauna m-am simțit bine punându-mi gândurile pe hârtie/ecran, scriind, comunicând fără voce. În plus, nu pot să-mi sufăr vocea. În ultimile săptămâni strig cum n-am mai făcu...
Translated from PL to RO by Sabra Daici
Written in PL by Aleksandra Lipczak

Diário de uma Portuguesa em Angola

Prólogo Durante anos a fio fui bombardeada com histórias acerca de Angola. Histórias extremistas de quem se apaixona ao primeiro segundo e se sente em casa neste país, ou de quem odeia e não se consegue adaptar. Histórias mirabolantes daquelas que parecem ser de ficção, porque há uma parte de nós que não acredita que possam ser verdade. Pensei sempre que exageravam bastante e, tal como o provérbio popular indicado para esta situação é de que quem conta um conto acrescenta um ponto, neste caso, acrescentavam vários. Durante anos andei indecisa sobre conhecer ou não este país tão místico. Hav...
Written in PT by Patrícia Patriarca

Alameda Zorilor: el comienzo

Cada persona tiene derecho, y éste es un derecho divino, y tampoco puede  ser de otra manera, a una última frase, no es obligatorio que esta frase sea  larga, ni que se parezca a una nota de despedida, pero es importante que  sea verdadera, tanta verdad cuanta quepa, de hecho, en una frase, sea ésta  la última, porque la verdad tiene la costumbre de ser caprichosa, lo que no  significa que no exista, está claro que existe, y se ha de decir, sólo que no se  puede decir en un cuento, porque el cuento tiene su verdad, que no es lo  mismo que la verdad verdadera, pero sin ser menos, y esta frase e...
Translated from RO to ES by Corina Oproae
Written in RO by Andrei Crăciun

Oczyszczalnia

Stała przy kontenerach budowlanych, rozcierając zmarznięte dłonie. W oddali, ponad rzeką, przeleciały właśnie dwa kormorany. Petra zaczęła nerwowo rozglądać się na boki. Otworzyła wiadomość, którą dostała dzień wcześniej. „Siema, akcja oczyszczalnia jutro o osmej. Zbiorka przy moscie kolo kontenerow. A.”. Zanim wyświetlacz zgasł, zdążyła przeczytać esemesa jeszcze trzy razy. Stara i nowa oczyszczalnia, które dzieliły się ściekami spływającymi z całego miasta, stały obok siebie na wyspie, królując nad rzeką. Pierwsza z nich działała na powierzchni; mapy Google ukazywały walcowate zbiorniki jak...
Translated from CZ to PL by Agata Wróbel
Written in CZ by Anna Háblová

Diário de Bordo de Um Último Dia

I suppose, I said, it is one definition of love,  the belief in something that only the two of you can see. Rachel Cusk, Outline Pela enésima vez, proíbe-me de retirar o mapa da ilha da minha mochila. «Assim, parece que somos turistas», diz ela.  «Mas nós somos turistas, ou não?», pergunto eu.  Ela não dá resposta, mas fica a olhar para o ecrã do telemóvel com as  sobrancelhas franzidas.  Uma pessoa tinha-lhe recomendado uma aplicação através da qual  era possível descarregar mapas de uma área específica, para poderem ser  usados offline. Pelo facto de nos guiarmos pela seta verde no ecrã de...
Translated from NL to PT by Pedro Viegas
Written in NL by Lotte Lentes